Sequestradores escolhem vítimas pelo perfil na internet

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Sequestradores escolhem vítimas pelo perfil na internet

A quadrilha que sequestrou um estudante de 19 anos de Sorocaba, a 97 km da capital paulista, resgatado do cativeiro no último dia 14, escolhia as vítimas pela internet. É o que afirma a Polícia de São Paulo. Os bandidos utilizavam a rede para descobrir o perfil e a rotina das vítimas.

Segundo informações da polícia, os sequestradores – todos de classe média – passavam horas em sites de relacionamento à procura de pessoas com sinais de riqueza. Os criminosos observavam, principalmente, as fotos para saber como era a casa da família e se a possível vítima fazia viagens ao exterior. – O veículo que possui, a empresa em que trabalha. Tudo isso serve de informação para que os criminosos possam iniciar um levantamento para posteriormente cometer roubos, sequestros e outros crimes – afirma o delegado Wilson Negrão.

Em seguida, os integrantes da quadrilha passavam a frequentar os mesmos bares e danceterias da vítima escolhida pela internet para ter certeza da situação financeira da família.

De acordo com o especialista em segurança na internet Altieres Rohr, o conselho é a utilização de controles de privacidade nas redes sociais.

– Qualquer rede social tem controles de privacidade onde você pode definir quem vai poder ver tal conteúdo, quem vai poder visualizar tais fotos. Dessa forma, só aquelas pessoas que você realmente conhece, que não vão comprometer você de nenhuma forma, terão acesso ao conteúdo – recomenda Rohr.

Em entrevista ao Fantástico, o pai do estudante de 19 anos, mantido refém em Ilha Comprida, litoral Sul paulista, por cinco dias, reconheceu que o filho expôs informações demais na internet.

– Ele fica trancado no quarto dele. Acessa quase todos os dias. Todos os pais têm que estar mais presentes, porque eu não estava muito atento – garante.

O estudante foi libertado pela polícia e nove sequestradores foram presos. Segundo a polícia, um deles é de uma família de empresários de renome na região de Sorocaba. As investigações apontam que, em um mês, a quadrilha praticou dois sequestros e possuía uma lista de novas vítimas. O bando agia com crueldade. Durante as negociações com a família, o estudante de 19 anos foi ameaçado várias vezes.

– Se precisar matar, ‘nóis vai’ matar. Quem vai chorar é você – disse um dos sequestradores.

– Não faça isso, pelo amor de Deus – pediu o pai do estudante.

– Cara, nessas horas, você não lembra de Deus, não, porque você está falando com o diabo. Você tá falando com o demônio – completou o criminoso.

No momento considerado mais tenso das negociações, o bandido ameaçou cortar uma orelha ou um dedo do estudante. ” Eu mantive o controle porque eu estava comprando a vida do meu filho ”

– Escolhe: você quer um dedo ou você quer uma orelha de presente? Vou te mandar ainda hoje. Só te ligo para falar onde está – afirmou o sequestrador.

– Escolhe o que você quer. Escolhe ou eu arranco os dois – enfatizou.

– O que eles fazem é um terror na cabeça da gente. Eu mantive o controle porque eu estava comprando a vida do meu filho. Para mim, era tudo o que eu queria – garante o pai do estudante.

Segundo a polícia, o grupo de sequestradores pretendia contratar até um profissional da enfermagem para cuidar dos ferimentos dos reféns.

 

Fonte: O Globo Online

https://fit.oab-sc.org.br/news/edicoes/583.htm#10025

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