Ex-agentes são detidos após confusão em coletiva

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Ex-agentes são detidos após confusão em coletiva

Dois agentes penitenciários federais demitidos na sexta-feira passada foram detidos nesta quinta-feira (12/5) depois de bate-boca com a corregedora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Suzana Camargo. Como informa o site Campo Grande News, toda a discussão, que aconteceu durante entrevista coletiva, girou em torno do polêmico juiz federal Odilon de Oliveira.

A coletiva foi convocada depois de denúncias de que o juiz favoreceu o traficante Juan Carlos Abadia na Extradição para os Estados Unidos e também de que Odilon de Oliveira seria o responsável por escutas clandestinas no Presídio Federal de Campo Grande.

Além dos jornalistas, dois ex-servidores demitidos pelo Ministério da Justiça compareceram à reunião e não controlaram a indignação diante de elogios feitos ao juiz federal. A corregedora Suzana Oliveira, como relata o site Campo Grande News, classificou as denúncias contra Odilon como “levianas e vazias”. “Esse magistrado é daqueles, não só com vocação, mas que fazem da magistratura a sua vida”, comentou a corregedora.

“Além de receber ameaças contra ele e familiares, também está em curso uma tentativa de questionar a conduta, a moral, como acontece na Itália e na Espanha”, citou a desembargadora sobre a suposta tentativa de abalar a credibilidade de Odilon.

Ao ouvir os elogios, um dos agentes na plateia deu início ao primeiro bate-boca da manhã. “Vossa excelência está sendo enganada”, gritou. A resposta foi: “Cala-se, porque ninguém pode atacar um juiz dessa forma leviana”. Passado o primeiro momento de tensão, Suzana começou a detalhar acusação feita pelos agentes que trabalhavam no Presídio Federal quando Odilon era corregedor, de que o traficante Juan Carlos Abadia pagaria para que o juiz o ajudasse no processo de extradição aos EUA.

Suzana disse: “Isso é ilógico, até risível, porque o processo é competência do STF. Só se o juiz tivesse poder sobrenatural, porque a competência é do STF”. Segundo a desembargadora, a “denúncia não resiste até a própria fonte”, o assaltante do Banco Central Reinaldo Giroti, preso também em Campo Grande até 2009 e que, na versão dos agentes, contou que Abadia disse ter pago a Odilon para beneficiá-lo. “Ele foi ouvido duas vezes e negou”, relatou a corregedora.

“Ele é seu amigo” gritou Ivanilton Morais Mota, um dos agentes penitenciários. De pronto, Suzana Camargo declarou: “Sou amiga, mas sobretudo corregedora”. Nesse momento, ela lembrou que os agentes foram demitidos por retirarem cópias de gravações da unidade penal e também por acusação de terem dopado Giroti para obrigá-lo a assinar documento contra Odilon. Os agentes questionaram: “Como é possível tirar um preso da cela, se há 300 câmeras no presídio?”. Apesar da gravidade do caso, a corregedora disse que “ainda não há conclusão sobre esse fato. Essa declaração está sendo investigada”.

O alvo
Sentado na primeira fila, o juiz Odilon de Oliveira, figura central da discussão, permaneceu o tempo todo calado. Apenas concordava com a cabeça com a argumentação da juíza e soltava sorrisos irônicos diante das agressões dos ex-agentes, segundo a reportagem do Campo Grande News.

Quando o clima começou a esquentar novamente, os policiais a paisana que protegem Odilon, cercaram o juiz temendo a aproximação dos ex-servidores, principalmente de Ivanilton Morais Mota, o mais exaltado. Ivanilton se aproximou da corregedora e pediu uma acareação entre Odilon e os ex-agentes. “Tire todos daqui e só deixe nós e o juiz”, propôs. A resposta foi o sorriso irônico do magistrado e uma negativa da corregedora. A corregedora chegou a transferir audiência para outra sala, mas depois a coletiva foi encerrada.

Ao deixarem a sede da Justiça Federal, os dois foram interceptados por policiais federais e levados até a Superintendência da Polícia Federal.

Fonte: Consultor Jurídico

https://www.conjur.com.br/2011-mai-12/ex-agentes-sao-detidos-depois-bate-boca-corregedora-trf

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