Barack Obama decepcionou com morte de Bin Laden

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Barack Obama decepcionou com morte de Bin Laden

Em 11 de setembro de 2001 vieram abaixo as famosas torres gêmeas do complexo predial denominado World Trade Center, localizado na cidade norte-americana de Nova Iorque. Outra cidade atacada na ocasião foi Washington. Imputou-se os fatos à rede terrorista Al Quaeda.

Desde então os Estados Unidos não só implementaram regras rígidas para acesso ao seu território, mas também iniciaram uma verdadeira caçada aos integrantes daquela rede terrorista, em especial o seu suposto líder, Osama Bin Laden.

Nesse jogo, a ética, as leis e os bons costumes foram deixados de lado. Os fins justificariam os meios então empregados, como realizações e manutenções de prisões ilegais, realizações de torturas para obtenção de informações, desrespeito às soberanias de outros países, etc.

O então presidente dos Estados Unidos da América, George Walker Bush, implementa publicamente a denominada Guerra ao Terror, o que instigou ainda mais a sociedade norte-americana a querer vingar os acontecimentos de 11 de setembro de 2001.

E com isso conseguiu ser reeleito em 2004 com uma vitória apertada sobre o concorrente e democrata John Kerry. Neste segundo mandato enfrentou a maior recessão que o país passou desde a II Guerra Mundial. E mesmo assim o país não deixava de arcar com as operações militares no exterior em busca dos tais terroristas.

Foi sucedido por Barack Hussein Obama II. Advogado e cientista político, ganhou o prêmio Nobel da Paz no ano de 2009, mesmo ano do seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos da América. Foi também o primeiro negro a ocupar a cadeira presidencial do seu país.

Famoso por ter atuado como líder comunitário e ferrenho defensor dos direitos civis no exercício da advocacia, Obama iniciou seu mandato com um discurso estimulante e patriota, o que fez com que milhares de pessoas ao redor do mundo derramassem lágrimas ao ouvi-lo.

Mas no primeiro dia de maio de 2011, o mundo recebeu a notícia acerca da morte do dito terrorista Osama Bin Laden, o qual supostamente se escondia desde 2001, quando, após os referidos ataques aos Estados Unidos, fugiu a cavalo em meio a montanhas afegãs.

Há até o presente momento quem acredite não ter o referido e suposto terrorista sido morto, sendo este mais um blefe ianque. Mas nesses quase dez anos de caçada, diversas teses, veiculadas em documentários, livros, filmes etc, questionaram desde a existência da rede terrorista Al Quaeda até uma possível parceria entre Osama Bin Laden e George Walker Bush.

Segundo noticiários, o referido Osama Bin Laden foi abatido por militares norte-americanos que, após longo período de investigação, chegou ao local em que aquele se escondia, uma residência no Paquistão. A própria Casa Branca afirmou terem os militares levado o corpo do terrorista e depositado no mar.

Esclareceu em suma que tal fato se deve a evitar peregrinações de seguidores ao túmulo de Osama Bin Laden ou até mesmo a construção de monumento homenageando-o, o que iria fazer com que as chamas da rede terrorista se mantivessem acesas. E ainda para evitar que inimigos desenterrassem o corpo para o mutilar.

O fato é que a ação norte-americana não obedece a qualquer princípio ético, moral e legal. Em momento algum se buscou fazer justiça. O que houve foi uma verdadeira caça às bruxas, como as que ocorreram na Idade Média. Vidas eram tiradas em público sob a comemoração do povo ao fundo.

Não se questiona as leis individuais de cada país. Ainda que uns tenham pena de morte, outros aceitem a tortura como meio legal para obtenção de provas, o fato é que os Estados Unidos atingiu seu objetivo valendo-se de todo e qualquer meio, e o mundo nada fez. Não houve justiça, houve um acerto de contas.

A questão é que não se justifica uma ação como a que ocorreu praticada por um país tido como de primeiro mundo, desenvolvido e civilizado, ainda mais sob o comando de um indivíduo que diz ter em seu currículo a atuação em defesa dos direitos civis e que ganhou um prêmio Nobel da Paz.

A verdade é que os Estados Unidos se igualaram às suas caças denominadas terroristas. Esqueceram-se por um momento de todo o conhecimento e respeito à ética e aos bons costumes para vingar as mortes de seus cidadãos. E depois querem que volte tudo ao normal, como se nada tivesse ocorrido. Aliás, querem sair como heróis de algo em que não há perdedor ou vencedor.

O mundo, com exceção dos cidadãos norte-americanos, não esperava uma ordem de execução vinda do presidente Obama, ao contrário do presidente Bush, que em pleno século XXI ainda recheia seu ego com uma mistura de conservadorismo com militarismo.

Teria sido muito mais elegante, respeitável e justo ter capturado o referido Osama Bin Laden e o submetido aos devidos ritos legais, para posterior processamento e julgamento. Mas isso não faria Obama emplacar como favorito nas próximas eleições presidenciais, nem os Estados Unidos acharem que dominam o mundo.

É uma ótima oportunidade para se pensar em reformar os critérios de concessão do prêmio Nobel da Paz. O mundo esperava mais de Barack Obama. Certo estava Abraham Lincoln, o 16º presidente norte-americano, ao dizer que “se quiser pôr a prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Fica cravada na história a decepção.

Fonte: Consultor Jurídico

https://www.conjur.com.br/2011-mai-05/nobel-paz-barack-obama-decepcionou-morte-bin-laden

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